terça-feira, 25 de agosto de 2015

A emenda foi pior que o soneto, meu caro!

Alguns políticos já perderam as rédeas do bom senso, ignorando a sabedoria budista que reza que “o melhor caminho é o do meio”, ou seja, o do equilíbrio. Muitas vezes, acabamos falando mais do que devemos, ou cometemos uma ação impensada. Depois vem aquele peso na consciência, e sentimos que é preciso consertar o malfeito, mas a emenda esfarrapada deixa-nos numa posição ainda pior. E, como dizia minha avó Amália, de saudosa memória: “a emenda pode sair pior do que o soneto”.

A velha e conhecida expressão de Bocage que caiu na boca do mundo, viajou no tempo, chegando aos dias de hoje, nasceu, contam, quando o poeta português, Manuel Maria Barbosa de Bocage, recebeu um soneto de um jovem, que lhe pediu que marcasse os erros com cruzes. Contudo, havia tantos erros na escrita, que Bocage, depois de ler o soneto, devolveu-o tal e qual o recebeu, ou seja, nenhuma cruzinha estava ali a enfeitar a página. Incrédulo, o jovem recebeu a justificativa do poeta de que as cruzes seriam tantas que “a emenda ficaria pior do que o soneto”.
 
Hoje, ligado nas ondas do rádio macauense, ouvi atentamente um pré-candidato a prefeito tentando justificar o que dispensava qualquer comentário do tipo. O jovem precisa ser mais habilidoso, ouvir mais e saber também que existe o jornalismo especulativo, baseado em fatos, claro! E que muitas vezes, é preciso não tentar remediar certas situações, pois o remendo pode ficar ainda pior. E o melhor seria para o caso em questão aparteado pelo “assessor”, como muitos fazem, dar o dito por não dito, ou o feito por não feito e seguir caminho. 

Aleluia!