quinta-feira, 19 de março de 2020

Quarentena: Psicóloga orienta como abordar reclusão com crianças e dá dicas de atividades

A reclusão motivada pela pandemia do coronavírus tem imposto um desafio a pais e responsáveis potiguares: fazer as crianças entenderem o que está acontecendo sem prejudicar a saúde emocional delas. A missão exige criatividade e jogo de cintura. Além disso, a quarentena mal começou e já são muitos os pais que se perguntam o que fazer com os filhos em casa por tanto tempo.

Segundo Patrícia Peixoto, psicóloga do Complexo Educacional Contemporâneo, em primeiro lugar, os pais devem deixar clara a motivação da “quarentena”. “É preciso explicar, com uma linguagem adequada à idade da criança, o que se deve fazer para que todos se protejam. Uma sugestão é utilizar vídeos lúdicos e algumas cartilhas educativas sobre o tema disponíveis na internet”, conta ela.

Não são férias

Além disso, de acordo com a profissional, para auxiliar nessa conscientização de que não são férias, os responsáveis precisam incentivar uma rotina diária de estudo e o uso da educação a distância. Patrícia ressalta a importância de haver atividades que mantenham o equilíbrio da casa, incluindo os filhos nas tarefas do lar e dando a todos o compromisso de manter a casa limpa, arrumada e, claro, protegida do vírus.

“Se houver uma varanda ou quintal, pode-se resgatar brincadeiras que ajudam a gastar energia, como pular corda ou elástico. É o momento, inclusive, de aproveitar para ensinar brincadeiras que se perderam ao longo do tempo. Se os pais têm habilidades, podem propor trabalhos manuais e artesanais ou ainda promover momentos de leitura ou um cinema em casa”, deixa como ideias Patrícia Peixoto.

Cuidado com fakenews

A psicóloga adverte, porém, que o uso exagerado do celular pode atrapalhar o processo. Ela repete o que já orientou pais e responsáveis na escola: “O ideal é tentar desvinculá-las do celular, para que não haja exposição a excesso de informações ou mesmo fakenews, que podem comprometer a saúde mental das crianças”. Para Patrícia, o ideal é fazer desse período de tensão uma oportunidade para estar mais próximo dos filhos.