Com a proximidade do Dia dos Pais, o abandono paterno é um tema que continua em debate entre os estudiosos do comportamento humano
Nas redes sociais, o abandono paterno tem sido comparado ao aborto feminino – autorizado pela legislação brasileira em situações de risco de morte da gestante, estupro e diagnóstico de anencefalia fetal, conforme o artigo 128 do Código Penal – para estimular o diálogo e a reflexão sobre mulheres que criam seus filhos sozinhas.
“Ao denominar de ‘aborto’ a ausência da figura paterna na criação do filho, suscita-se uma resposta emocional mais visceral da sociedade do que ao usar o termo ‘abandono’. Entretanto, a segunda expressão é a mais adequada para se referir a esse tipo de caso”, descreve Thales Coutinho, docente do curso de Psicologia da Estácio.
O especialista da Estácio enfatiza que o melhor caminho é buscar mecanismos de combate ao abandono afetivo masculino. “O primeiro é conscientizar os pais de que isso traz consequências jurídicas e prejuízos psicológicos para a criança. Também é possível intervir à luz da psicologia. A identificação de pontos de semelhança entre o filho e o pai pode favorecer um vínculo maior e, consequentemente, reduzir o risco de abandono. Quando esse caminho não funciona, os meios legais devem ser acionados”, orienta.