A Câmara Municipal de Guamaré viveu, nos últimos dias, um impasse que ameaçava travar o funcionamento do Legislativo e comprometer votações essenciais para a cidade. A estratégia de obstrução adotada por parte da oposição vinha esvaziando sessões e atrasando debates importantes — entre eles, a análise do Orçamento Municipal 2026, documento vital para o planejamento das ações administrativas do próximo ano.
Mas na tarde desta terça-feira (9), um gesto isolado alterou o rumo da história recente da Casa. Mesmo integrando o bloco oposicionista, o vereador Márcio de João Pedro optou por não aderir ao movimento. Ele compareceu ao plenário, assegurou o quórum necessário e permitiu que a última sessão do ano legislativo fosse realizada.
O posicionamento do parlamentar surpreendeu e ganhou destaque imediato. Ao apresentar seu voto, Márcio foi categórico: discordar é legítimo, debater é necessário — mas impedir o funcionamento da Câmara não é compatível com o papel institucional do vereador. Para ele, a democracia não se sustenta na interrupção de processos, mas na convivência entre divergências, ideias opostas e decisões tomadas de forma transparente e coletiva.
O gesto de Márcio foi decisivo. Ao garantir a continuidade dos trabalhos, ele evitou prejuízos ao calendário legislativo e assegurou que o Orçamento 2026 fosse apreciado dentro do prazo. Sua atitude também reforçou um ponto crucial: o mandato parlamentar deve estar acima de estratégias momentâneas e, sobretudo, alinhado aos interesses da população.
Com o quórum restabelecido, a sessão foi concluída e a Câmara encerrou o ano com as principais pautas votadas, preservando a normalidade institucional e reafirmando que a democracia se constrói com presença, participação e coragem para decidir.
Uma ação individual que devolveu à Casa o fluxo democrático. Uma decisão que marcou o ano legislativo.